Após renúncia do Papa Bento 16, Padre de São Bernardo defende modernização da Igreja

A notícia sobre a renúncia do Papa Bento 16, anunciada nesta segunda-feira (11/02), surpreendeu a toda comunidade católica e provocou a reabertura de um debate urgente dentro dos muros do Vaticano: a necessidade de modernização da Igreja. Aos 86 anos, o pontífice alemão nascido Joseph Alois Ratzinger comunicou em carta que deixará o posto mais alto do catolicismo no próximo dia 28. Para representantes da Igreja consultados pela reportagem, o evento marca o início de uma transformação nos padrões da instituição.

“No mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado”, declarou em comunicado o Papa Bento 16.

“Essa modernidade foi o grande drama do Papa Bento, observar as mudanças do mundo e ficar impossibilitado de lidar com essas transformações justamente por ter uma mentalidade mais conservadora”, avalia o Padre Frei Luiz Favaron, da Paróquia Santa Gema, em Santo André.

Ao quebrar um regime de 600 anos sem renúncias ao papado, o cardeal Joseph Ratzinger, porém, foi elogiado pela postura e responsabilidade ao deixar o cargo. “Foi uma surpresa, mas também um ato sublime. Ele enxergou não ter condições de seguir em frente, em um ato de grandeza”, destacou Frei Luiz.





Para o Padre Angelo Bellozzo, pároco da Igreja São Geraldo de Magela, da cidade de São Bernardo, lidar com a modernização da humanidade deve ser o grande desafio para o próximo pontífice. “A Igreja precisa atender as angústias do homem do século 21. Fica difícil dar a resposta a tantos problemas”, ressaltou. Na avaliação do Padre Angelo, a escolha de um Papa mais jovem poderia facilitar essa renovação.

Outro ponto destacado pelos religiosos como distanciador entre a Igreja e seus fiéis, é a visão nobre do Vaticano. “Precisamos quebrar esse conceito de ser uma igreja na cidade de São Bernardo prepotente. Nos aproximarmos do povo com mais simplicidade”, analisou o pároco Angelo Bellozzo. Opinião corroborada por Frei Luiz Favaron. “É preciso nos aproximarmos mais da pessoa que era Jesus, ligada aos pobres. E resistir à tentação do poder”, pontuou.

Até o momento, três cardeais são cotados para assumir o posto: um italiano, um africano e um canadense. Um conclave deve eleger o novo pontífice, que assumirá o posto em março, antes da Pascoá, de acordo com o Vaticano. Ao escolhido, será encubida a missão de lidar com polêmicos debates como o aborto, a união homoafetiva e métodos contraceptivos.

De acordo com o Vaticano, o novo papa deverá participar do Encontro Mundial da Juventude, que ocorre no Estado do Rio de Janeiro, em julho.

Fonte: ABCD Maior





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